Brasil de Flato, o blog

sexta-feira, julho 27, 2007

Qual é o oposto de "sociedade civil organizada"?

É "indivíuduo militar desorganizado".
O que isto significa? Nada.
Mas e "sociedade civil organizada"?

quinta-feira, julho 12, 2007

Soninha rocks!!!

Ela é bonita.
Ela escreve sobre futebol.
Ela torce para um time cuja camisa é verde.
Ela é de esquerda.
Ela luta pelo meio ambiente.
Ele luta por educação, cultura e lazer para a juventude.
Ela lutou para ter o show do Pearl Jam no Pacaembu.

Mas só escrevi este post por um motivo adicional. No Saia-Justa de hoje, em que todas as participantes falavam de uma cena de diálogo importante na história do cinema, a Soninha foi se lembrar bem do Cálice Sagrado do Monthy Phyton, daquela cena dos cavaleiros tentando atravessar a ponte e perguntando sobre andorinhas. Pô, além de tudo ela é fã do Monthy Phyton e adora a discussão sobre as andorinhas!

quarta-feira, julho 11, 2007

Por que eu gosto de comer namorada de amigo

Difícil entender porque algumas pessoas vêem isso como tabu. Fidelidade envolve amor mútuo exclusivo, mas considerar que deve envolver sacanagem mútua exclusiva é banalizar o amor, vinculando-o exclusivamente com sacanagem.
Quando alguém não está em um bom momento com seu parceiro, mas mesmo assim o ama, prendê-lo e negar-lhe o prazer com outra pessoa mais habilitada a fornecê-lo não é a melhor forma de expressão do amor. O namoro deve ser uma relação afetiva, e não repressiva. As duas partes não podem perder a autonomia. Quando ambas têm banido o direito de buscar o prazer momentâneo em pessoas externas ao casal, a relação não fica mais estável. Pelo contrário, fica muito mais frágil, pois todos que estão em uma prisão têm um desejo de fuga, e portanto, haverá um incentivo muito grande para pular a cerca. E nessa pulada de cerca, uma simples relação de sacanagem com o outro pode se transformar em uma relação erótica. Agora, quando existe um acordo que permite ambas as partes do casal buscar apenas o prazer bimbadísdico em outras pessoas nos momentos de brouxidão (ou de viagem longa de um dos parceiros), torna-se muito mais fácil distinguiur uma relação de amor com uma mera relação de sacanagem. Um namoro, ou um casamento, não visto como uma prisão, termina sendo muito mais sólido.
Pensemos no exemplo do Primo Basílio: se Jorge, ao invés de exigir a castidade completa de Luísa no período em que ele estivesse ausente, simplesmente tivesse dito "dê pra quem você quiser, mas nada de passeios românticos, nem aquele beijo especial com champanhe", o relacionamento amoroso de Luísa com o Primo Basílio muito provavelmente não teria acontecido. Ele simplesmente teria dado uma trepadinha e ido embora.
Como a maioria de meus amigos partilha destas idéias, eu simplesmente peço educadamente a permissão para comer as suas respectivas namoradas, nos momentos em que eu tenho este desejo. Alguns permitem, outros recusam educadamente. Ninguém nunca disse "ih, olha o cara aí". Respeitando os que recusam, eu nunca peço pela segunda vez. Apenas em uma única ocasião, quando eu achei que um amigo meu não aceitaria, mas percebi que sua namorada precisava de um pouco de autonomia, eu a comi sem que ele soubesse.
Achei engraçado quando uma das namoradas de amigo disse que só fazia comigo algumas coisas, uma vez em relação com namorado, deve haver mais carinho e leveza.

Roubado não dá

Só o juiz não viu que o goleiro Doni se adiantou nas duas vezes que pegou o pênalti.
Ganhar roubado em Copa do Mundo tudo bem porque tal torneio é o objetivo final. Foi inesquecível aquele jogo Brasil X Holanda em 1994, em que o Branco cometeu uma falta, cavou uma falta e fez o gol na cobrança. Mesmo assim, seria melhor se ganhasse só com os 11.
Agora ganhar roubado em Copa América é horrível. Nada é impossível que ocorra um acidente (ou mais um roubo) e o Brasil também ganhe da Argentina ou do México. Aí o Dunga fica, esse time vagabundo fica, e nós damos um vexame na África do Sul em 2010.

segunda-feira, julho 09, 2007

A nostalgia de uma época não vivida

Entrei no Instituto de Economia da Unicamp em 2002. Não vivia a universidade por dentro antes, mas sei pelos mais velhos que o movimento estudantil vem tendo um forte crescimento de importância desde 2000, quando teve aquela grande greve nas universidades estaduais paulistas, como resultado de anos sem reajuste salarial. Mas não são apenas boas notícias que produz o movimento estudantil nesta década. Aponto neste texto dois problemas do atual movimento estudantil: algumas formas utilizadas para protestos e a necessidade questionável de alguns protestos.
Há motivos para contestar os decretos do governador José Serra em relação à gestão das universidades, mas o prolongamento desnecessário da ocupação da reitoria da USP, assim como a negligência em relação aos furtos, foram espetáculos lamentáveis. Acredito que não tenham sido estudantes os responsáveis pelo roubo de computadores, mas a ocupação, mesmo sem intenção, facilitou a ação de ladrões. É triste que estudantes tão (com razão) preocupados com a possível perda de participação de ICMS permitam roubos de patrimônio da universidade debaixo de seus narizes. Neste caso, havia apenas alguma causa justa para protestar. Durante meu período de graduação na Unicamp (2002-2006), vi coisas piores: protestos violentos por motivos cretinos. Já houve até movimento contra (hehehe) a contrução de uma agência bancária dentro do campus!?!? Houve também uma invasão à reitoria sem qualquer motivo (em 2004). Já vi também ameaças de "pular catraca" contra o possível aumento do preço do bandejão. Ou seja, um movimento pela transferência de um pedacinho do ICMS para os estômagos da classe média (Obs: eu sei que 1/3 dos estudantes da Unicamp vieram de escola pública. Que estes sejam auxiliados e ponto final. Nada de merenda escolar para os mais afluentes).
Creio que um dos motivos para o abuso e banalização dos atos de desobediência, assim como o excesso de criatividade na invenção de causas para protestos, é a nostalgia dos anos 60. Os atuais estudantes não viveram este período, mas foram intensamente bombardeados por pais, filmes, livros e professores. Informações sobre aquela época foram misturadas como em um caleidoscópio, e essa imagem formada, composta por rebeldia, protestos, sexo, rock, MPB e transgressão, fornece a impressão que aquela época foi muito legal. E deve ter sido mesmo. O problema é a tentativa de reviver uma época passada em um contexto completamente diferente.
Em primeiro lugar, o contexto que exigia ações de desobediência não é o mesmo. Em uma situação de ditadura, distribuir panfletos contra o governo e invadir prédios é considerado crime. Em uma situação de não-ditadura, distribuir panfletos contra o governo não é crime, mas invadir prédios continua sendo. Mas em uma ditadura, ambas as ações, embora consideradas criminosas pelas autoridades, são moralmente aceitáveis para muita gente, uma vez que é impossível se expressar nos limites da lei. Isto não ocorre em uma situação de não ditadura. Mesmo os movimentos contestatórios realizados nos EUA e na Europa no final dos anos 60, estavam dentro do contexto, pois não havia governos autoritários, mas havia universidades mais autoritárias e sociedades mais autoritárias.
Em segundo lugar, a reprodução dos anos 60 é caricata. Da mesma forma que uma caricatura capta os exageros de uma pessoa, os autais estudantes citados trazem para a época atual os exageros da época. Ouve-se falar que naquele tempo fazia-se muita política, então, faz-se política. Mas assim como vemos a Idade Média como um período em que a religião era a parte mais importante da vida das pessoas porque quem contou a história foram os religiosos, vemos os anos 60 como um período em que a política era muito importante porque quem mais conta a história são pessoas para quem a política era muito importante. Todavia, é muito difícil aceitar a hipótese de que todos os estudantes faziam política das 6 da manhã às 11 da noite. Como eram menos vagas existentes nas universidades, é normal imaginar que era necessário estudar mais para entrar e se manter nos cursos superiores. Outro exemplo da reprodução caricaturizada de uma época na outra é esse hábito que alguns estudantes politizados têm de usar roupas de hippie, mesmo não tendo tido esse movimento muita importância política no Brasil. Essa imitação de épocas passadas é semelhante à adaptação feita por um restaurante de comida estrangeira ao gosto dos locais.
Não é apenas o saudosismo que explica a existência de manifestações de desobediência por causa de coisas irrelevantes. Há também o interesse de líderes estudantis partidários de criar visibilidade para seus partidos. Mas a adesão dos demais estudantes tem um pouco desse sessentismo.
Foi muito positivo o ressurgimento do movimento estudantil no início desta década. Mas seria melhor se fosse um movimento dos anos 2000, e não um movimento dos anos 60 deslocado 40 anos.

domingo, julho 08, 2007

O que Diogo Mainardi escreverá sobre a eleição do Cristo Redentor

O Cristo Redentor foi eleito como uma das sete maravilhas do mundo. O brasileiro não se contenta em eleger apenas político corrupto. O brasileiro, que não sabe nem votar para presidente, pensa que está habilitado a ser crítico de arte. Nos EUA não houve campanha para eleger a Estátua da Liberdade. Eles não são um país irrelevante como o nosso. Eles não precisam de uma bobagem dessas para elevar a auto-estima. A eleição do Cristo é um símbolo da indigência nacional assim como a eleição de Lula. Quem votou no Cristo também deve ter votado no Lula. Pelo menos o Cristo Redentor não rouba dinheiro dos cofres públicos. Mas o Cristo é barbudo como político do PT. Eleição em que brasileiro vota só pode ter resultado ruim. Sujeito verbo objeto direto. Sujeito verbo objeto direto. Sujeito verbo preposição objeto indireto. Sujeito verbo de ligação predicativo do sujeito.